Saturday, 7 November 2015
Thursday, 29 October 2015
1960s Rio Pequeno seen from Belgium
Through this blog I received a message from a Brazilian woman named Eglantine Eglantines who has migrated to Belgium some decades ago. She told us she lived in the Rio Pequeno area in the 1960s with her parents and some time with her grandmother. Here are some things Eglantine shared with us.
Eu nasci em Dezembro de 1953. Fiz os 4 anos do curso primário - 1961 a 1964 - no Grupo Escolar do Rio Pequeno. que era uma escola feita de madeira e pintada de verde-claro, no local onde, nos anos 1970s, seria construído o Ginasio Estadual Professor Daniel Paulo Verano Pontes, Avenida Joaquim Seabra, 1.187.
Em 1961, eu morava na Estrada do Rio Pequeno (atual Avenida); três casas antes de uma padaria na popularmente-conhecida como Praça do Sossego - esquina da rua Jorge Ward & da referida Estrada.
Minha avó materna morava numa casa ao lado da igreja de São Patricio, na Rua Otacilio Tomanik, e ajudava tomar conta da igreja. Me lembro que o padre passava na casa dela para tomar café, ainda usava batina preta. A gente tinha que pedir benção e beijar-lhe a mão.
Minha avó mudou-se, então para uma casa no início da rua Engenheiro Heitor Antonio Eiras Garcia, que nós chamávamos de 'Mercadinho'. Ali tinha muito mato naquele tempo.
Minha avó faleceu em 1967, quando eu tinha 13 anos. Me lembro que chovia naquele dia e para chegar à casa dela tinha que descer um barranco e os pés ficavam com muito barro vermelho. Ainda era comum o caixão ficar na sala da casa antes do enterro.
Parte da Estrada do Rio Pequeno ainda era de terra. La na Corifeu de Azevedo Marques havia um quartel da Força Pública. Tinha circos ou parquinhos-de-diversão que eram instalados em terrenos baldios da Estrada com a Otacilio Tomanik, que no verão eram alagados pelo transbordamento do Rio Pequeno correndo em direção ao Rio Pinheiros. Os circos ficavam no local algumas semanas. Era a maior diversão para a gente aos domingos, mas para ter direito ao dinheiro para diversão no parque ou circo, a gente tinha que limpar a casa, ir à missa e ter feito toda lição-de-casa.
Eu ia p’ra escola por uma trilha no meio do mato, com muitos pés de mamonas. As vezes, na volta, nós fazíamos ‘guerra de mamonas’ entre os colegas, que grudavam no cabelo da gente.
Antes de entrar em classe, a gente fazia fila de dois-em-dois no patio, cantava o Hino Nacional, com a mão no peito, subia silenciosamente para as classes, sentava cada um em sua carteira determinada. Quando a professora entrava, a gente se levantava e rezava com ela.
Tive duas professoras: dona Irdes e dona Alice. Como eu era a primeira aluna da classe, sempre fui a queridinha das professoras. Dona Irdes morava no Educandário e, de vez em quando, pedia para eu ir à casa dela buscar ou levar alguma coisa. Eu ia com o maior prazer e como eu era alta e de pernas compridas, fazia o trajeto bem rápido. A alegria era depois, quando ela me cobria de presentes, quebra-cabeças, joguinho-de-roleta, lápis, cadernos etc.
Eu nasci em Dezembro de 1953. Fiz os 4 anos do curso primário - 1961 a 1964 - no Grupo Escolar do Rio Pequeno. que era uma escola feita de madeira e pintada de verde-claro, no local onde, nos anos 1970s, seria construído o Ginasio Estadual Professor Daniel Paulo Verano Pontes, Avenida Joaquim Seabra, 1.187.
Em 1961, eu morava na Estrada do Rio Pequeno (atual Avenida); três casas antes de uma padaria na popularmente-conhecida como Praça do Sossego - esquina da rua Jorge Ward & da referida Estrada.
Minha avó materna morava numa casa ao lado da igreja de São Patricio, na Rua Otacilio Tomanik, e ajudava tomar conta da igreja. Me lembro que o padre passava na casa dela para tomar café, ainda usava batina preta. A gente tinha que pedir benção e beijar-lhe a mão.
Minha avó mudou-se, então para uma casa no início da rua Engenheiro Heitor Antonio Eiras Garcia, que nós chamávamos de 'Mercadinho'. Ali tinha muito mato naquele tempo.
Minha avó faleceu em 1967, quando eu tinha 13 anos. Me lembro que chovia naquele dia e para chegar à casa dela tinha que descer um barranco e os pés ficavam com muito barro vermelho. Ainda era comum o caixão ficar na sala da casa antes do enterro.
Parte da Estrada do Rio Pequeno ainda era de terra. La na Corifeu de Azevedo Marques havia um quartel da Força Pública. Tinha circos ou parquinhos-de-diversão que eram instalados em terrenos baldios da Estrada com a Otacilio Tomanik, que no verão eram alagados pelo transbordamento do Rio Pequeno correndo em direção ao Rio Pinheiros. Os circos ficavam no local algumas semanas. Era a maior diversão para a gente aos domingos, mas para ter direito ao dinheiro para diversão no parque ou circo, a gente tinha que limpar a casa, ir à missa e ter feito toda lição-de-casa.
Eu ia p’ra escola por uma trilha no meio do mato, com muitos pés de mamonas. As vezes, na volta, nós fazíamos ‘guerra de mamonas’ entre os colegas, que grudavam no cabelo da gente.
Antes de entrar em classe, a gente fazia fila de dois-em-dois no patio, cantava o Hino Nacional, com a mão no peito, subia silenciosamente para as classes, sentava cada um em sua carteira determinada. Quando a professora entrava, a gente se levantava e rezava com ela.
Tive duas professoras: dona Irdes e dona Alice. Como eu era a primeira aluna da classe, sempre fui a queridinha das professoras. Dona Irdes morava no Educandário e, de vez em quando, pedia para eu ir à casa dela buscar ou levar alguma coisa. Eu ia com o maior prazer e como eu era alta e de pernas compridas, fazia o trajeto bem rápido. A alegria era depois, quando ela me cobria de presentes, quebra-cabeças, joguinho-de-roleta, lápis, cadernos etc.
Em dias de festas e feriados como o 7 de Setembro, a gente mesma fazia os instrumentos de forma artesanal.
Televisão não
era todo mundo que tinha; tinha que ir ao vizinho; todo mundo se sentava no chão
da sala para assistir.
Também íamos
à pé à Rodovia Raposo Tavares passear no meio das florestas que tinham por lá ou fazer pic nic.
Sai do Rio Pequeno em 1967, aos 12 anos. Fui morar no bairro do Ferreira com minha tia, mas voltava sempre, pois minha mãe continuou na mesma casa.
Assembleia Legislativa do Estado de S.Paulo; Decreto n. 35.063, de 29 Dezembro 1959 do Diario Oficial do Estado de S.Paulo:
Sai do Rio Pequeno em 1967, aos 12 anos. Fui morar no bairro do Ferreira com minha tia, mas voltava sempre, pois minha mãe continuou na mesma casa.
Assembleia Legislativa do Estado de S.Paulo; Decreto n. 35.063, de 29 Dezembro 1959 do Diario Oficial do Estado de S.Paulo:
Plano de ação: dispõe sobre a desapropriação de imóvel situado no bairro do Rio Pequeno, necessário à instalação do Grupo Escolar
local.
Sunday, 11 October 2015
from Rio Pequeno to Sao Miguel Paulista - 11 Oct. 2015
Our lovely friend Claudia Possoni invited a few of her friends to visit her in Sao Miguel Paulista on a Sunday afternoon in October 2015. As I live in the West Side exactly the opposite side of town I had to start up early if I wanted to get to São Miguel on time. Considering that Sunday is the worst possible day to get hold of public transport in Sao Paulo (especially busses) I got started as early as I could.
I took a bus on Avenida do Rio Pequeno formerly known as Estrada do Rio Pequeno towards Butantã.
This is the awsome building that houses Butantã underground station. It's a queer looking building. I still don't know whether I like it or hate it.
going down Butantã underground station...
deep down Butantã's train platform.
at Bras train-station ready to descend to the train-platform going towards Calmon Viana.
CPTM (Companhia Paulista de Transportes Metropolitanos) & a maze of overhead cables...
at Sao Miguel Paulista train-station 11 October 2015... 12:13 AM.
map of Sao Miguel train-station vicinities
this is the fork where Avenida Marechal Tito turns left and Avenida Nordestina goes up-hill.
pay-phones in Sao Paulo or Sao Miguel are all dead but not quite gone yet...
a pay-phone on Avenida Nordestina, Sao Miguel after being vandalized... See those little stick-up ads? They were a way for prostitutes of both sexes to ply their wares... Love for sale!!! indeed!
we're almost at the top of the hill...
Avenida Nordestina goes a long way up...
at Bras train-station ready to descend to the train-platform going towards Calmon Viana.
CPTM (Companhia Paulista de Transportes Metropolitanos) & a maze of overhead cables...
at Sao Miguel Paulista train-station 11 October 2015... 12:13 AM.
map of Sao Miguel train-station vicinities
this is the fork where Avenida Marechal Tito turns left and Avenida Nordestina goes up-hill.
pay-phones in Sao Paulo or Sao Miguel are all dead but not quite gone yet...
a pay-phone on Avenida Nordestina, Sao Miguel after being vandalized... See those little stick-up ads? They were a way for prostitutes of both sexes to ply their wares... Love for sale!!! indeed!
we're almost at the top of the hill...
Avenida Nordestina goes a long way up...
Avenida Marechal Tito with Avenida Nordestina forking to the left in 1975... exactly 40 years before...
Claudia was still busy cleaning and preparing the food for the afternoon snack...Claudia's mother dona Albina's orchidea...
cona Albina's Portuguese lace (renda-portuguesa)
Patricia arriving for the Sunday avo do... Claudia & Eduardo...
Beto Abrantes, dona Albina, Claudia & part of Eduardo's head...
the Host & her Beau, Eduardo...
Pat, Millene Fernandes & Beto Abrantes... Patricia was telling us about the joys of motherhood...
... talking about mothers... this is Claudia & her mother Albina on the day of her Christening in Aparecida do Norte-SP - 25 June 1972. The idea was that since Monday, 12 October is Children's Day in Brazil we would bring photos of our childhood.
Well, Antonio Marcos was not there. He's been dead now for 23 years... but still in our hearts when it comes to Sao Miguel Paulista.
Antonio Marcos was a rock ballad singer who was born on 8 November 1945, in Sao Miguel Paulista from a working class family. He was bound to be great and at 21 was already a popular singer having left Sao Miguel for ever. His family lived the rest of their lives in Sao Miguel. Toninho died on 5 April 1992. He was only 47 years old.
Cine São Miguel on Rua da Fabrica in 1963.
Friday, 7 August 2015
Roberto Carlos in Carapicuiba 1967
TV Guide 'Intervalo' in a September 1967 article about Roberto Carlos's trouble with the rain when he was shooting some scenes of 'Roberto Carlos em ritmo de aventura' in one of the sand harbours in Carapicuiba-SP.
see the clip from the scenes shot in Carapicuiba at:
https://www.youtube.com/watch?v=nqo9GZ7ZUNo
Tuesday, 31 March 2015
Coripheu de Azevedo Marques, a journalist
For those who only read English, I should say this article is about a radio-man who was instrumental in the development of news-talk radio in Brazil. His name was Coripheu de Azevedo Marques, or Corifeu as it is spelt nowadays. For us who live in the Western Suburbs his name is synonym with a great big avenue that runs for almost 5 km between Butantan and Osasco: Avenida Corifeu de Azevedo Marques. Most people don't know that he was great in the radio that was made in the 1940s, 1950s and 1960s.
Coripheu was always a member of the Brazilian Communist Party, but as the Party was banned by the repressive Brazilian laws that were enacted post-1948 inspired by President Harry Truman's long Cold War - Coripheu was never given proper credit for the good things he did for Brazilian journalism.
Para a maioria das pessoas que moram no Rio Pequeno, no Butantã, Osasco, Carapicuiba etc. o nome Corifeu de Azevedo Marques significa apenas uma longa Avenida que começa no final da Rua Vital Brasil e termina onde o município de Osasco começa...
No entanto ele foi mais que uma Avenida... Corifeu foi um dos maiores jornalistas brasileiros, tendo bolado o 'Grande Jornal Falado' da Radio Tupi de São Paulo que fez escola pelo Brasil inteiro.
A Radio Tupi, através dos noticiosos, lidera a informação radiofônica no País. O 'Grande Jornal Falado Tupi', com 20 anos, pioneiro e o 'Matutino Tupi', com 15 anos, são legítimos instrumentos de informação e serviço público. Às 22:15 e às 7:00 horas milhares de radios sintonizam as ondas da PRG-2; ouvintes que se espalham por todos os pontos do território brasileiro.
O repórter da revista Melodias procura o idealizador, organizador e diretor desses famosos noticiosos para uma conversa. É Coripheu de Azevedo Marques, veterano homem de imprensa, que, diariamente, se encontra a partir das 18:00 horas, na Rua 7 de Abril. 230, 1o. andar.
À uma pergunta ele diz: 'É interessante responder se o noticiário do 'Grande Jornal Falado' é o mesmo do 'Matutino Tupi', e a resposta é não! O noticiário das 22:15 se orienta no sentido de complementar as informações que o ouvinte recebeu, direta ou indiretamente, durante o dia. na rua, no escritório, na oficina etc. À noite, portanto, ele recebe trabalhado numa peça só, tudo aquilo que lhe chegou aos ouvidos de modo retalhado e incompleto. Porisso, o 'Grande Jornal Falado Tupi', apresenta as notícias com múltiplos detalhes e dos setores mais diversos; mercados, decisões dos orgãos judiciários trabalhos dos poderes legislativos, atos do Executivo, encontros políticos, o que vai pelo exterior etc. Ao sintonizá-lo, o ouvinte se coloca no centro de tudo o que ocorreu nas 24 horas em que suas atividades estiveram absorvidas no trabalho particular, encerrando assim o dia, ciente do que se passou nesse período.
- 'O 'Matutino Tupi' já não é assim - prossegue Coripheu - seu noticiário visa a despertar as iniciativas do indivíduo que começa mais um dia de labuta, procurando fazer com que ele, ao sair de casa, já esteja munido de soma mínima indispensável para orientá-lo nos primeiros contatos com a vida.
A sua conhecida advertência: São 7 horas e tantos minutos; não perca a sua condução! expressa uma de suas características, a de despertar no ouvinte a sua noção - o horário estabelecido - para as funções da vida cotidiana. Os seu noticiário é elaborado no sentido de colocar o ouvinte à par do que acontecerá no dia que começa, integrando-o na comunidade. Logo depois vem uma soma variada de notícias, abrangendo domínios diversos da atividade humana, convidando o cidadão a participar daquela que lhe interessa ou recordando-lhe o compromisso que assumiu de assisti-la. E a mensagem do programa também se expressa em outra chamada constante que diz: 'Ouvinte! Antes de sair de casa ouça o Matutino Tupi'. O homem bem informado tem maiores possibilidades para vencer na vida!'
À uma pergunta ele diz: 'É interessante responder se o noticiário do 'Grande Jornal Falado' é o mesmo do 'Matutino Tupi', e a resposta é não! O noticiário das 22:15 se orienta no sentido de complementar as informações que o ouvinte recebeu, direta ou indiretamente, durante o dia. na rua, no escritório, na oficina etc. À noite, portanto, ele recebe trabalhado numa peça só, tudo aquilo que lhe chegou aos ouvidos de modo retalhado e incompleto. Porisso, o 'Grande Jornal Falado Tupi', apresenta as notícias com múltiplos detalhes e dos setores mais diversos; mercados, decisões dos orgãos judiciários trabalhos dos poderes legislativos, atos do Executivo, encontros políticos, o que vai pelo exterior etc. Ao sintonizá-lo, o ouvinte se coloca no centro de tudo o que ocorreu nas 24 horas em que suas atividades estiveram absorvidas no trabalho particular, encerrando assim o dia, ciente do que se passou nesse período.
- 'O 'Matutino Tupi' já não é assim - prossegue Coripheu - seu noticiário visa a despertar as iniciativas do indivíduo que começa mais um dia de labuta, procurando fazer com que ele, ao sair de casa, já esteja munido de soma mínima indispensável para orientá-lo nos primeiros contatos com a vida.
A sua conhecida advertência: São 7 horas e tantos minutos; não perca a sua condução! expressa uma de suas características, a de despertar no ouvinte a sua noção - o horário estabelecido - para as funções da vida cotidiana. Os seu noticiário é elaborado no sentido de colocar o ouvinte à par do que acontecerá no dia que começa, integrando-o na comunidade. Logo depois vem uma soma variada de notícias, abrangendo domínios diversos da atividade humana, convidando o cidadão a participar daquela que lhe interessa ou recordando-lhe o compromisso que assumiu de assisti-la. E a mensagem do programa também se expressa em outra chamada constante que diz: 'Ouvinte! Antes de sair de casa ouça o Matutino Tupi'. O homem bem informado tem maiores possibilidades para vencer na vida!'
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